quinta-feira, dezembro 29, 2005

Contemplações dos cantinhos da memória de Lisboa!

A alegoria paternalista.
Há quem viva.
Há quem saiba.
Não há muitos que saibam o que vivem.
Muito menos ainda há os que vivam o que sabem, que é como quem diz os que vivem como pensam! Porque a vida neste hemisfério da demohipocrisia só é acessível aos que vivem a igualdade entre os que melhor se adaptam à plástica evidência do arroto mental, a feder a cerveja ou a "vodkashot" das tribunas em que se idolatrizam as fantasias da nova religiosidade enebriante, com inspirações voodoo q.b., de tendências pseudo-demoníacas com substracto cartimante, mezinhas fétiches e objectivos neo-kafkianos. E não falemos de "missas negras", ou dos que, entretanto, se abichanam com mais ou menos pudor, consoante já tenham ou não estatuto de digno militante bloquista, com charros e abortos para sobremesa! Quanto a ensinar aos pequeninos, nas suas escolas, o que quer dizer prazer sexual ... isso já nem merece conversa!
O que vos digo, é que há por aí gente que já enoja! A quem se tem dado muito espaço vital, quando são gente sem o mínimo respeito por aquilo que significa vida. Sobretudo quando se trata da vida dos outros, que é como quem diz da vida daqueles que têm a coragem de dizer que não pensam como eles, e que vivem segundo aquilo que pensam, não como aqueles que vivem segundo aquilo que lhes dizem para pensar! Essa é a postura dos que consomem produtos fast; vestem roupa de marca transnacional; não sabem o que é ter de ir ao galinheiro meter o dedo no cú da galinha para ver se tem ovo; nunca tiveram mãe ou mulher que abortasse; raramente se aperceberam do que é ter de trabalhar como escravo; nunca se mostraram humildes, porque isso, para eles, é atitude de fraco alienado; não toleram o que lhes é estranho, porque isso é próprio dos hipócritas que não querem ver a "realidade"; ... enfim, essa é a postura dos que rejeitam o que a vida nunca lhes ensinou, porque nunca tiveram a coragem de assumir que todos os seres humanos são feitos de erros e de virtudes! Não apenas de um ou de outro destes dois atributos, mas de um equilíbrio subjectivamene desenvolvido entre os dois, em que cada indivíduo constrói o seu activo e o seu passivo social! Sobretudo os que, conscientemente, assim aprendem o que é meu e o que é dos outros, para não estar constantemente a dizer que o que pensa é, obrigatoriamente, o que os outros devem pensar! Não! Ser cidadão é ser "eu" no meio dos "outros" que poderão, comigo, ser socialmente um "nós", o que todos devemos ser, que é como quem diz, democraticamente, uma polis.
Por isso pode ser preferível a genuína pecepção de uma criança, cujo olhar crítico raramente nos decepciona! E muito menos se atreve a enganar, empenhando-se em tentar que quem as escute ou observe se digne, apenas, a agir da mesma maneira! Essa constante sede de igualdade pessoal é a mais infantil exigência de quem começa a pecepcionar um mundo feito com os outros, e que mais tarde se transformará num "nós" mais ou menos social (nas complexas contingências da socialização)! Sem discriminar: seja com o parceiro, irmão, pai ou mãe! O que, para quem se encontra numa destas condições, significará a necessidade de se aperceber de quanto tem de corresponder àquelas exigências naturais. Quando assim não acontece, há pais que rejeitam filhos, filhos que rejeitam pais, irmãos que não sabem quem é o outro irmão, pessoas que não sabem o que é ser "as outras pessoas"!
Aos meus queridos filhos, a todos, espero ter sempre conseguido fazer ver que eu, e vós, e todos os outros, constituimos um "nós" no qual, inevitavelmente, todos somos, e assim continuaremos a ser enquanto formos "todos" feitos de "eus" que somos "nós"!!!
Um Pai mais esclarecido!

sexta-feira, dezembro 23, 2005

Cogitando

Liberdade, agora, só no exílio! "Por favor, onde fica o exílio?", é expressão já muito corrente do desagrado ou pelo desespero em último grau da tolerância psicossomática, ou de como o nosso corpo já não consegue suportar as violentas agressões dos intolerantes da déspota demagogia, vestida ou trajada a rigor em pseudo-democratas gerontocráticos e respectivas descendências (afiliadas ou sanguíneas), acossados de múltiplas cumplicidades secretamente cartorizadas por alguns dos que com eles não ficaram porque tiveram, mesmo nessa linha, o decente aprumo da assunção pública de tão claros desvios! E depois falam como se fossem os verdadeiros arautos da liberdade. Quanto não teremos todos de trabalhar para, ainda, termos uma réstia de esperança em voltar a vivê-la! Com esta gente não se pode viver o sossego da paz de espírito, o à vontade das consciências tranquilas, nem muito menos a liberdade de expressão que, eventualmente, os moleste! Eles insistem e, por isso, persistem no sistema que tão enigmática e ardilosamente engenharam, para o contínuo repasto que, sistematicamente, nos é nefasto! Mas, … enfim … a persistência não se dá apenas à virtude, assim como esta também não apadrinha o vício ou a desfaçatez de quem se agarra a ela para dizer que é só sua, em jeito de cerimonial expressão de ciúme por quem naturalmente a evidencia, estando por isso constantemente à mercê das investidas da besta, com ou sem bestial "show" de blasfémias! É de bradar aos céus, a ligeireza com que tão vil figura, como a que faz o candidato presidencial do Partido Socialista, arrola as mais impróprias e inoportunas adjectivações aos que se lhe deparam pela frente, em justa, leal e pública competição! Nisso não perdeu o jeito, que é como quem diz tecer contradições apenas com afirmações que ninguém ousa contestar. Já vimos isso quando enfrentou, em manifesta desvantagem eleitoral, Freitas do Amaral, autenticamente rapinado pelas garras do “milhafre”! Mas também vimos estes dias que, sendo o ex-PM Cavaco tão mau quanto Soares o pinta, Sampaio teve muito menos razão para acabar com o governo de Santana do que Soares para com Cavaco! Por que não o fez? Agora, que ele se descobre a si mesmo, é que vem dizer que “o Presidente da República não governa”! Aquele senhor (se é que o é, porque tenho as minhas sérias dúvidas desde que o vi a tremer aquando de um também muito televisionado debate a dois, com o Dr. Basílio Horta, em que este quase o levou ao "brake down", cuja cumplicidade assim denunciada quase o obrigou a degenerar certamente numa histérica evocação da "valha-nos Deus a república, que eu até sendo ateu, com Ele também negoceio, e por isso o senhor veja lá como é que fala comigo...") está mentalmente esclerótico, politicamente amorfo, filosoficamente necrótico, humanamente depenante! É mesmo de meter pena, tal é o estado ridículo do coitado! Pobreza posta, cruelmente, a nú, pela sua própria irreverência! Agora, talvez já nem esta República o valha, tal é a inutilidade política dos impropérios com que a presenteia, em tempos de provável intolerância dos que, agora, ocupam as cadeiras dos lugares onde já muitas vezes, democraticamente, o sentaram! Nem a santa liberdade nos acudará, se o eleitorado ainda não acordou para a realidade (há sempre essa possibilidade, pelo menos teórica), pois de nada nos servirá em tempos de vacas tão magras, tão magras, que ninguém calará esse pretenso pseudo monarca das tolerâncias do "faz de conta" e das "presidências abertas" que inaugurou hipocritamente, chegando mesmo a "dormir como um rei" no Paço dos Duques de Bragança da Cidade berço da nacionalidade. Só que ainda não foi daquela que conseguiu lá encontrar aquilo que nem os maçons que o acoitam alguma vez conseguiram. Mesmo no sítio onde a nossa liberdade como nação começou, há uns bons anos transformado num feudo socialista, mas que respeitosamente não responde, quando se trata de prestar vassalagem a quem nunca soube o que poderá ser ser-se rei.

Um português angustiado.

sábado, dezembro 03, 2005

O ano da nossa (des) constitucionalidade

Da Polis

Professor J. Rodrigo Coelho Os Homens, os Factos e as Ideias (a análise e o discurso que vivemos) E por que é ‘tempo’ de presidenciais, merecem destaque dois dos grandes atentados à Lei Fundamental com que, provavelmente, ficará colmatada a melancólica presidencialização de dez anos sampaiistas.
1. Uma dessas ofensas (por acção) à nossa Lei Fundamental consistiu, em nosso entender, no enigmático acto de, por sua própria iniciativa, o PR dissolver a AR sem fundamentação jurídico-constitucional: à luz da nossa CRP, não existiu qualquer situação relacionada com os pressupostos previstos na alínea e) do seu artº 134, não sendo “evidente o alcance do poder do PR de se pronunciar sobre as emergências graves para a vida da República… um conceito vago como é o de emergências graves para a vida da República suscita grandes dificuldades … existe, porém, uma larga margem de discricionariedade política do PR, quer para decidir quanto à existência de «emergências graves» que justifiquem pronunciar-se para individualizar os pressupostos objectivos da sua tomada de posição (problemas de anormalidade constitucional, situações económicas excepcionais, etc.), quer para escolher o momento e a forma de se pronunciar” [i]; nem nenhuma das situações previstas nos dois números do artº 195º, pelo que convém salientar que a dissolução da AR “tem lugar, quase sempre, justamente para possibilitar novas soluções de governo”. É que há “claramente um nexo orgânico necessário entre o Governo e a AR à sombra da qual foi constituído, pelo que a renovação da AR implica necessariamente a substituição do governo” [ii]. Entendemos, por isso, que possam ter estado na origem do tal acto discricionário as vantagens dos imperativos decorrentes da articulação automática dos preceitos orgânico-constitucionais, enquadrando politicamente a “mira” do PR, já que “a dissolução da AR é um acto da exclusiva competência do PR. Não depende de proposta de qualquer outro órgão, nem de autorização ou parecer favorável, já que o parecer do Conselho de Estado não é vinculativo. Finalmente, o acto de dissolução não está ligado a nenhum pressuposto objectivo (crise governamental, por exemplo). O PR goza assim de uma grande margem de liberdade na dissolução da AR, sendo este um dos traços característicos do sistema do Governo. De resto, … a dissolução da AR transforma-se no principal instrumento de intervenção institucional do PR” [iii]. Mas este seu poder-dever de intervenção não pode invadir a esfera estritamente governativa, pois “a função de governo ou de direcção política pertence principalmente ao Governo (artº 182º)”, apesar da responsabilidade política do PM e do Governo perante aquele (artºs 190º e 191, nº 1), e mais ainda, “os Ministros não são individualmente responsáveis perante o PR (artº 191, nº 2)” [iv], quadro de expectativas que conformam o que, através dos órgãos da comunicação social, ficou interiorizado na mente da opinião pública em geral. Mantendo a fidelidade científico-conceptual ao meu mui citado mestre J.A. Maltez, aproveito a oportunidade de uma das suas alusões a esta temática, quando metaforicamente declara: ”Afinal, continuamos a preferir o decretino nomeativo à velha justiça da igualdade de oportunidades e não parece que sejamos capaz de decepar o atavismo inquisitorial das irresponsáveis denunciações de ouvida que, ainda no século XX, se reanimaram com a versão ministerialista da bufaria pidesca. “ [v] 2. A segunda ofensa pode configurar-se, politicamente, na instrumentalização político-partidária do PR. Admitindo a seriedade da sua posição perante as medidas governativas que promovem a desigualdade profissional a partir da ofensa a direitos constitucionais adquiridos (estamos a referir-nos, por exemplo, ao diploma, obra do actual Governo, em que se dispõe sobre o congelamento das progressões nas carreiras profissionais), dificilmente esta outra ofensa (por omissão) poderá escapar aos olhos da suspeição pública, promulgando aquele diploma de iniciativa governamental, merecedor de todos os tipos de fiscalização da constitucionalidade (o que constituiu o mesmo que um não-veto político presidencial, ou seja, omissão superveniente do não uso, quando devido, desse poder constitucional que é o veto político ─ interpretação que entendemos seguir a linha de raciocínio de G. Canotilho e V. Moreira, quando afirmam que “a promulgação … apresenta uma dupla dimensão: (a) garante a autenticidade do diploma…; (b) exprime e pressupõe o direito de controlo (controlo material) exercido pelo PR. O controlo exercido é, por um lado, um controlo de defesa da Constituição, pois, de acordo com o princípio da prevalência da Constituição (cfr. art. 3º), o PR tem o dever, como órgão constitucional, de não colaborar no procedimento de formação de um acto do Estado contrário à Lei Fundamental; por outro lado, o controlo é um controlo político autónomo, próprio de um órgão constitucional de um sistema misto parlamentar-presidencial, ao qual são conferidos poderes de conformação política. O primeiro tipo de controlo manifesta-se sobretudo através do veto por inconstitucionalidade (cfr. art. 279º); o segundo está sobretudo ligado ao chamado veto político (…) o veto presidencial é distinto da sanção do período monárquico: a sanção era a manifestação da contitularidade, pelo monarca, da função legislativa; o veto é a manifestação dos poderes de controlo constitucional e de conformação política de um presidente republicano, num sistema misto. (…) o direito de veto e a fiscalização preventiva da constitucionalidade … são coincidentes no caso das leis e decretos-leis)” [vi]. [i] CANOTILHO, J. J. Gomes, MOREIRA, Vital, Constituição da República Portuguesa (Anotada), 2ª edição revista ampliada, 2º volume, Coimbra Editora, 1985, pp. 127-128. [ii] Idem, pág. 286. [iii] Idem, pág. 226. [iv] Idem, pág. 28. [v] www.tempoquepassa.blogspot.com, Outubro de 2005. [vi] Idem, ob. Cit., pp. 132-134.

quarta-feira, novembro 23, 2005

Mire On Local

Passou por cá "O Homem Que Queria Ser Rei".

Se D. Duarte fosse rex, Barcelos era candidato a Concelho com muitos cavaleiros, arautos, rotários, mais maçónicos, todos anti-republicanos com muito respeito pela res publicae que os elegeu a pseudo-casta do regime que quotidianamente atraiçoam, porque é democrático. É o mais recente espectácuo folclórico do vipismo local, com reais atropelos à Ciência que a aristocracia ainda não estudou bem (pois parece, pela imprensa local, que apesar de haver por aqui "muitos republicanos, há muita gente que considera que o rei serve melhor as suas repúblicas do que outro qualqer sistema), porque é um produto do racionalismo emergente do verdadeiro instituto da cidadania - um súbdito só se torna cidadão quando o soberano é a polis a que pertence, mesmo que encarnada por um chefe.

Depois, há que ter uma mínima noção das distâncias reais, que é dizer das reais diferenças entre quem é rei por própria empresa que a esse desígnio leva, e quem o deseja ser por conveniência de semi-castas pseudo aristocráticas, de duvidosa estirpe minorca e correspondente linhagem de enfeites, pompas e circunstâncias. Sabem, aqueles situacionismos a que a história recente já há muito nos habituou.

Harre, Sodoma e Gomorra era o quê?

domingo, novembro 13, 2005

Mire On Local

Quando se sente na própria pele Vem isto a propósito de uma necessidade de exteriorização pública, mesmo tendo sido algo que aconteceu a nível particular (neste caso, comigo mesmo), de um como que regozijo, finalmente, pela forma pacata, simples, clara, funcional, atempadamente eficaz, e acima de tudo humanamente acolhedora, com que fui tratar de fazer um pequeno tratamento à minha vertebral, sim, que isto de sermos vertebrados não faz de nós eternos engenhos sem mazelas, que isto de engrenagens ortopédicas tem muito que se lhe diga, sem muito que, sensivelmente, se consiga notar (como no meu caso, felizmente, em que não me dou por dolorosamente estragado)… . Mas, a propósito do dito programa ou sessões de tratamento na Clínica Particular que, na nossa Urbe, se articula muito bem intra e interinstitucionalmente, ao proporcionar cuidados de saúde que, prestados por uma entidade particular, é um exemplo de gestão de intercâmbios com as entidades públicas, resultando esta articulação entre o privado e o público em vantagens para todos: os agentes, os homologantes e, principalmente (como não poderia deixar de ser), o alvo de toda a actividade em questão, que são os utentes. Por mim, em poucos dias de usufruto da referida instituição, já aprendi que: há algo, em termos de saúde, que parece funcionar modernamente por estas bandas; que, na qualidade de beneficiário dos serviços sociais em que se inscrevem os profissionais como eu (e como outros, em geral), os serviços ser- me-ão prestados (até aqui sem reparos) a custos muito acessíveis; e que a massa reaquecida que me é posta no lombo ‘queima’ mas faz bem, não à pele, mas à minha dita cervical! Bem haja!

Cogitando

Quando a Crença Valia o Esforço! Contemplações (2) 1. Este trecho que agora aqui torno público é mais uma das minhas contemplações, muito embora a contra-gosto de alguma “direita pura” que vagueia por Barcelos (e não só), pois mais parece que essa dita pseudo-neo-inquisitorialice galinácea não se ajeita lá muito bem com algumas das nossas rubricas (a saber, parece provocar náusea de esquerda o facto de se evocar, em poema, a data de 25 de Abril), assentes na contabilidade social do activo que já é pátria, porque de todos nós. Quer gostemos, quer não, pois a nossa dita não escolhe direitas ou esquerdas. Muito menos pode, de maneira alguma, ficar hipotecada nos meandros da endireitice pedincheira, porquanto o activo ou o passivo a inscrever no legado pátrio que todos construímos e legamos aos vindouros (à semelhança do que os que passaram fizeram por nós) ainda não estão sujeitos às mui almejadas contabilidades bancário-escrituradas. Se assim fosse, já não tínhamos património colectivo, mas apenas orçamentos sociais (previsionais ou de gestão). A minha n-ésima quota parte não compram. Não está à venda! Assim como, tenha a certeza, a de todos aqueles que pensam, sentem e vivem como eu. 2. Quantas vezes atravessei, de autocarro ou de ‘eléctrico’, em Lisboa, a via da Avenida da Índia para a 24 de Julho, que neste embocar era ladeada, pela esquerda, por um largo pedaço de alta parede (de cor parda em tom claro), onde aparecia, imponente, a pintura mural que a figura mostra. Esta e outras figuras representativas de forças políticas, conotadas ou não com formações partidárias (mas eram-no, geralmente), eram bem o exemplo da grandeza espiritual que marcava, para toda a sociedade portuguesa pós-25 de Abril, o tamanho da nossa esperança colectiva num futuro melhor. Que começou a ser chamada de revolução! Mas, à medida do passar do tempo (que este não engana), a esperança ganhou contornos de desilusão. Com um mesmo tamanho que, talvez, sempre tivemos vergonha de a pintar! Para isso, em Portugal todas as paredes teriam de ser enormes! Cada vez mais enormes! Como é gigantesco o pavor de estarmos a ser engolidos por uma qualquer inergúmena entidade que, implacável no disfarse, veste as inúmeras roupagens de uma espécie de Leviatã que este sistema político fabricou e vestiu. 3. Por isso, vamos novamente manchar as paredes do nosso quotidiano, talvez a começar pelas de nossa casa, com as evocações mais profundas das nossas crenças em algo melhor. Mergulhemos, novamente, nas utopias em que tudo faremos para, um dia, deixarem de o ser (!?). De preferência bem coloridas, sem falsas matizes ou imposições monocromáticas! Venham elas, “endireitadas”, das esquerdas enviesadas! Ou de “centros” de formação de direitas, a convir às esquerdas que agora pululam de ricos como, outrora, o não faziam aqueles que criticavam! Pois tal é o estado a que o espectáculo chegou.

Mas, se não é o povo que o encenou, muito menos tem a obrigação de se constituir em seu fiel espectador! Passivo! Impotente!? Não! Aprendamos a força de sabermos quando se deve dizer”mais não”! Basta!

Pintemos estrelas, o céu, os rios, o mar, as montanhas, as flores, o amor, o pão, a água, o trabalho, etc., mas sempre com sorrisos, sem partidos, sem esquerdas nem direitas, fazendo das imagens que transmitirmos os mais ilustres ícones das causas que todos queremos defender! Amem!!! J.RC

Mire On Local

Nem sempre os círculos são perfeitos Não basta ser-se redondo (rotundo/ a) para se ser perfeito, isto é, para ter todos os atributos que respeitem a perfeição da forma. Há rotundas inacabadas, mal acabadas, mal cavadas, mal colocadas (impertinentes), … enfim, há um elenco de inúmeras imperfeições que podem atribuir-se a muitas das formas redondas (rotundas) que no nosso burgo aparecem dia para dia. Sem que isso implique, honestamente, a presunção objectiva dos bons motivos que levaram aos respectivos empreendimentos. E, muito menos ainda, tal indagação nunca pode retirar alguma beleza (numas mais do que em outras) que patenteiam algumas das ditas já construídas. Haverá sempre, isso sim, problemas de tráfego, sobretudo humano, que nas vias urbanas nunca poderão ser ultrapassados com o recurso àquelas esfericidades. Não julgue a edilidade que o MIRE ON LOCAL apenas serve para tecer pelo contra. Nada disso. Será sempre um observatório do que fenomenalmente seja digno de nota, dentro das nossas ‘paredes’.

Mire On Local

Habemmus Rex
Leio com alguma confirmação do que antes ainda poderia ser apenas suposição, numa dinâmica de coerência do personalismo de Poder, que, segundo a imprensa local desta "terra condal", as competências do Presidentre do seu Executivo Camarário (ou quando delegadas em seu substituto) sofreram uma considerável ampliação.
Tal fenómeno não me é de todo estranho. Lembro-me de ter referido , na minha tese de licenciatura (em Gestão e Administração Pública, na especialização em Administração Urbana e Municipal, ISCSP, Universidade Técnica de Lisboa, Seminário de Investigação sobre Estudos de Administração Municipal, Almada - Do Ourto Lado do Rio, ), baseada nos resultados de um estágio levado a cabo na Câmara Municipal de Almada (1988/89/90), uma entrevista concedida pela respectiva Srª Presidente. Ali respondia, a uma das minhas questões sobre a necessidade de desburocratização dos serviços municipais, o que, organica e funcionalmente, passaria também pela transferência de poderes de orgãos hierarquicamente superiores para ocupantes de cargos de chefia que, mesmo em níveis inferiores, estariam em condições de poder atender e resolver, de forma muito mais célere, questões de suas competências específicas (passando a constar do Manual de Competèncias e Procedimentos). Ora, a figura jurídico-administrativa que se conhece quanto a este fenómeno é o da delegação de competências (no caso versante, da Presidente nos cargos hierarquicamente inferiores, ou seja nos restants eleitos), e que, segundo esta edil, estavam todas delegadas, tantas quantas as que a lei, no momento, permitia.
Mas o que agora vejo é que houve um conjunto de competências, supostamente atribuídas legalmente aos eleitos, que foram transferidas para o Sr. Presidente do Executivo, dado que, com uma sua maioria partidáriamente unicolor, tal "golpe" teria uma eficácia imediata. O que passa a constituir uma inferiorização das competências decisoriais dos restantes Vereadores eleitos!
É Homem! Ou é mesmo super-homem! É mesmo de Rei! Com certeza (até demonstração em contrário) com tendèncias para o absolutismo de poder. Ou então os restantes eleitos não possuem as tais capacidades para assumirem as competências que, legal e normalmente, lhes são atribuídas! Temos mãe-galinha! E temos dilema!!!

sexta-feira, novembro 11, 2005

COGITANDO

Sobre os qualificativos do Desenvolvimento Há coincidências que frequentemente mais nos lembram as intervenções providenciais do Criador de todas as coisas. Tail é a (então) coincidência de, já de há umas lições a esta parte, algumas das disciplinas em que lecciono tratarem da questão teórico-científica do desenvolvimento, mais precisamente de se saber que atributos devem ou não ter ou prosseguir as sociedades para merecerem esse qualificativo.

Vários são os autores e as correntes de pensamento sobre o assunto, como não poderia deixar de ser, em tema de tão universal importância. Mas, ao nível do ensino secundário português, basta lermos os manuais de Introdução à Economia, ou de IDES (Introdução ao Desenvolvimento Económico e Social) para nos inteirarmos, mesmo que preliminarmente, do conceito, da história e dos requesitos essenciais do subdesenvolvimento. Assim como, por exemplo, a Filosofia para o Novo Desenvolvimentodos ou os "dinamismos do desenvolvimento" do Prof. François Perroux, ou as "Etapas do Desenvolvimento Económico" de Walter W. Rostow, nos poderão taxativamente elucidar sobre aqueles qualificativos, que podem simplesmente estar poli-traduzidos nas mais díspares interpretações que façamos dos indicadores que os compõem.
Depois do relatório da OIKOS a que o país pôde ter acesso, há já uns dias atrás, restam-nos várias questões (sobretudo a de que o "nosso desenvolvimento" não é auto-sustentado), mas penso que tem toda a pertinência a polissémica questão de sabermos: E Portugal, onde fica?
JRC, 11 de Novembro de 2005

As quotidianas válvulas de escape do sistema

Vejo insistentemente que o sistema social tem um controlo homeostático considerável, fenómenos de auto-regulação que não passam incólumes à crítica desinteressada:
- Sócrates promete aumentos de pensões e salários mínimos (talvez já a amaciar algum eleitorado céptico-socialístico);
- em Angola as riquezas aguardam por uma melhor distribuição, num país que é uma potência petrolífera e diamantífera (ocupa o 160º lugar no ranking do IDH da ONU). Talvez assim fiquemos mais descansados com a nosa desdita, depis do relatório da OIKOS sobre a desigualdade e pobreza em Portugal;
- o desastre na obra em espanha tem uma explicação que, possivelmente, estará num contentor de lixo, apontando-se razões para o ocorrido ligadas à licitação da dita. E a Espanha nomeia, em consequência, Procurador para Sinistros Laborais (?!);
- promovidos 2458 militares da GNR, pelo nosso M. de estado e da A. Interna António Costa. Pode ser que os professores também façam uma greve confrontada com mais uma respectiva requisição civil, para que haja, também para eles, um orçamento rectificativo que lhes permita o seu devido, justo, legal e constitucionalmente consignado direito à promoção na respectiva carreira docente;
- Afinal o protesto estudantil de ontem ficou partido ao meio, com a manif a seguir caminhos diferentes, tendo mesmo sido questionada, pela AEIST a sua seriedade, uma vez que não foi deliberada em encontro Naciional de Direcções Associativas(!)?;
- Afinal Sócrates nega trocar dívida dos Açores por votos no OE. "É falso. Não houve nenhuma reunião nem nenhuma negociação", mas adiantou "estarem a decorrer negociações, tam~bém sobre a Madeira, num grupo de trabalho criado pelo anterior Governo". A "guerra" parece voltar-se, agora, para o "Estado Autónomo" do jardim da Madeira!;
- O CDS-PP hesita em apoiar Cavaco silva porque este defendeu, em 1991, um novo sistema eleitoral para a assembleia da República, o qual, segundo o grupo Pires de Lima,prejudicaria os pequenos partidos e, logo, fomentaria o bi-partidarismo, o que retiraria influência ao CDS-PP!
Será que esta gente já nem sabe a quantas anda?
Chega!!!
JRC, 11 de 2005

quarta-feira, novembro 09, 2005

Eurogare: Estação Terminal.

Já há uns dias que venho acompanhando algumas das principais notícias dos últimos dias, que nos climatizam a consciência com as adequadas válvulas de escape sistémico, não fossem exemplo:
- a exortação de um actual stock de emergência de medicamentros anti-virais em Portugal;
- a inquietação do bastonário da Ordem dos farmacêuticos com a liberalização do preço dos genéricos ("farmácia é lugar de saúde e não espaço de comércio");
- o erro que foi a garantia dada pela anterior Ministra da Educação na "colocação de todos os professores que tinham sido colocados erradamente e dos que tinham direito àquela colocação", uma vez contabilizadas 7 ooo colocações em excesso no ano lectivo transacto;
- a assinatura do Código de Ética dos Empresários e Gestores, tendo os subscritores assinado o dito Código, em Lisboa, no passado dia 20 de Outubro, a título pessoal e não das suas empresas! A ideia visa, segundo um ex-presidente de clube de futebol, alterar a "imagem bastante má que o país tem dos empresários e da iniciativa privada", acrescentando que em Portugal "praticamente todas as elites

têm uma má imagem", admitindo que, para o efeito, que "a curto prazo poerá aparecer um observatório do comportamento ético das empresas";
- Afinal tsunami tem candidato ao título de pior tragédia com sismo a ser um pior pesadelo;
- Sócrates promete negociações efizazes, para a aprovação do OE com os socialistas do "Estado Autónomo" dos Açores;

- Jerónimo aponta as críticas a opositores nas presidenciais para um "D. Sebastião do século XXI", qual messias que quer salvar o país depois de o ter enganado durante dez anos;
- No seguimento dos tumultos verificados em França, o nosso M.Vieira da Silva admitiu que em Portugal "Há situações de risco do ponto de vista social", situações essas que provêm de grupos que apresenatm dificuldades no acesso ao bem-estar, ao emprego e ao ensino, quando hoje mesmo os estudantes do ensino superior de todo o país se vão manifestar, hoje, em Lisboa, contra a política governamental para o sector e Bruxelas promete levar o Governo português ao banco dos réus, noTribunal de Justiça das Comunidades Europeias, por causa do projecto da barragem do Sabor atentar contra o ambiente local;
- Francisco Louçã, conhecido proletário político de Portugal, diz que as elites "são o maior obstáculo ao desenvolvimento do país"! Chega!
JRC, 11 de 2005

(Em) Direitas por linhas tortas

A respeito do tema anterior já escrevi um artigo que se destina a tentar "amaciar" o ciúme que alguma direita tem de quem gosta de evocar realidades que, mesmo evocadas pela dita esquerda, não deixam de ser verdades! Assim como já o disse, publicamente, que há para aí alguma esquerda muito ciumeirenta, para quem a democracia é exclusivamente propriedade sua, e por isso devem tentar uma ressocialização junto de alguns párocos que ainda se dão à pachorra de aturar meninos a caminho dos 50!

Mais vale tarde que nunca! Creio que sim.

JRC, 11 de 2005

Gritando Abril nas Paredes de Portugal

Tenho consultado os arquivos destas pinturas murais, que são um espanto artístico, documental e memorandum ideológico-partidário.
Teremos de pintar Portugal de novo, com os mesmos motivos, com a mesma paixão, com outras motivações ideológicas. Mas gritaremos de novo.
JRC, 11/2005

sexta-feira, novembro 04, 2005

terça-feira, julho 12, 2005